Anestesia

A dor me emudece
Paralisa
Imobiliza
Pinta minha cara
de cinza
Eu perversa, convivo
conivente
E falo quando não
quero
E luto quando não
quero
E trabalho quando
não consigo
Sorrio tal qual falsa
Monalisa
A dor tirana
Gosta de diplomacia
Me escraviza e diz:
sorria
Quase sempre ela,
A dor senhora e
dona do tempo
Eu submersa em
cartelas prometendo
alguma analgesia
A dor, sentinela
de meu sossego
Eu, castelo de areia
do próximo vento

Fêre Rocha

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Canil Celestial

Deus é vira-lata. O fã-clube é que insiste em ser de raça.

fêre rocha

foto: divulgação

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embolorado

Achei a cartinha de amor que ganhei aos 12 anos. A caixa onde guardei a carta estava mofada. O papel tinha buracos de traças.

O amor não é páreo para os fungos. As promessas de amor têm buracos de traças.

Fêre Rocha

globe

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