A dor me emudece
Paralisa
Imobiliza
Pinta minha cara
de cinza
Eu perversa, convivo
conivente
E falo quando não
quero
E luto quando não
quero
E trabalho quando
não consigo
Sorrio tal qual falsa
Monalisa
A dor tirana
Gosta de diplomacia
Me escraviza e diz:
sorria
Quase sempre ela,
A dor senhora e
dona do tempo
Eu submersa em
cartelas prometendo
alguma analgesia
A dor, sentinela
de meu sossego
Eu, castelo de areia
do próximo vento
Fêre Rocha